domingo, 26 de agosto de 2007

26 de Agosto


"... não está em mim..." (Jó 38.14)


Lembro-me de que, certa ocasião, eu disse: "É do mar que eu preciso." E fui passar alguns dias à beira-mar. Mas este parecia dizer-me: " Não está em mim!" O mar não me deu o que eu esperava. E fui para a montanha. Quando acordei de manhã, lá estava o grande monte que eu tanto queria ver; mas ele disse: " Não está em mim!" Ele nao me satisfez. Ah! eu precisava do mar do seu amor e dos altos montes da sua verdade dentro de mim. Foia a sabedoria que as "profundezas" disseram não estar nelas, e que se não pode comparar a jóias ou pedras preciosas. Cristo é a sabedoria, e é a nossa mais premente necessidade. O problema de nossa inquietação interior só pode ser resolvido pela revelação do seu eterno interesse e amor por nós.

Ninguém pode prender uma águia na floresta. Pode-se cercá-la de uma coro dos mais maviosos pássaros, pode-se dar-lh um poleiro no melhor galho de um pinheiro, pode-se encarregar outras aves de lhe trazerem as mais deliciosas iguarias: ela desprezará tudo. Ela estederá suas possantes asas e, fitando os píncaros dos montes, cortará os ares em direção às mansões ancestrais, situadas entre penhas e rodeadas da musica selvagem dos temporais e das cascatas.

A alma do homem, em seus vôos de águis, não achará pouso senão na Rocha Eterna. Suas mansões ancestrais são as mansões do céu. Seus rochedos são os atributos de Deus. O impulso do seu vôo majestoso é a eternidade. "Senhor, tu tens sido a nossa morada de geração em geração."


Texto extraido do livro "Mananciais no Deserto"

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