segunda-feira, 27 de agosto de 2007

27 de Agosto


"Jesus, tirando-o da multidão, à parte..." (Mc 7.33)


Paulo não só suportou as provas no meio do serviço ativo, como na solidão da prisão. É possivel suportar-se a pressão de um trabalho intenso, acompalhado de severo sofrimento, e depois nao resistir quando deixado à parte, fora de toda atividade religiosa; quando forçado a um estreito confinamento de uma prisão.

Aquela ave, nobre, que corta as maiores alturas, alçando-se acima das nuvens, conseguindo voar extensoes enormes, mergulha no desespero quando é lançada numa gaiola, e forçada a bater contra as barras da sua prisão as asas impotentes. Você já viu uma grande águia definhar em uma pequena cela, com a cabeça curvada e as asas pendidas? Que imagem da tristeza e inatividade!

Paulo na prisão - uma outra visão da vida. Quer ver como ele enfrenta a situação? Eu o vejo olhando por cima das paredes da prisão e por cima da cabeça de seus inimigos. Vejo-o escrever um documento e assinar seu nome; não prisioneiro de Festo, nem de César; não a vitima do Sinédrio; mas o "preso do Senhor". Ele via só a mão de Deus, em tudo aquilo. Para ele a prisão se torna um palácio. Em seus corredcores ecoam brados de triunfante louvor e gozo.

Impedido de realizar o trabalho missionario que ele tanto amava, agora constroi um pulpito - uma nova tribuna de testemunho - e aquele lugar de cativeiro, vêm alguns dos mais maravilhosos e mais uteis serviços acerca de liberdade cristã. Que preciosas mensagens de luz vêm daquelas sombras escuras da prisão.

Pense na longa linha de santos aprisionados que se sucederam no rastro do apóstolo. Durante doze longos anos, os labios de Bunyan estiveram silenciados na prisão de Bedford. E foi ali que ele fez a maior e melhor obra de sua vida. Lá ele escreveu "O peregrino", o livro mais lido depois da Biblia. Ele nos fala assim: " Na prisão, eu me sentia como em casa; sentava-me e escrevia, escrevia... pois a alegria me fazia escrever."

O sonho maravilhoso da longa noite de Bunyan tem iluminado o caminho de milhões de peregrinos cansados. Uma mulher francesa, cheia do Espirito Santo, Madame Gyuon, ficou muito tempo entre as paredes de uma prisão. Como alguns passaros cativos cujo canto é mais belo quando estão confinados, a musica de sua alma voou para muito longe daquelas paredes escuras e tem feito dissipar-se a desolação de muitos corações desalentados.

Oh, a consolação celeste que se tem elevado de tantos lugares de solidão!


Texto extraido do livro " Mananciais no Deserto."

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