segunda-feira, 10 de setembro de 2007

08 de Setembro





"...na angustia me deste largueza..." (Sl 4.1)

Este é um dos maiores testemunhos dados pelo homem quanto ao governo moral de Deus. Não é uma palavra de ação de graças a Deus por ter sido livre de sofrimentos. É ação de graças por ter sido libertado através do sofrimento, pois diz:" Na angustia me deste largueza." Ele declara que as proprias tristezas foram a fonte de um alargamento na vida.
E voce já não descobriu mil vezes a verdade disto? Está escrito a respeito de José na prisão, qie o ferro entrou em sua propria alma. Todos nós sentimos que o de que José necessitava para o bem de sua alma era justamente o ferro. Ele tinha visto o brilho do ouro, tinha-se alegrado nos sonhos dos dias jovens, e o sonhos endurecem o coração. Quem derrama lagrimas sobre a narrativa de um romance não estará muito apto a servir de auxilio na vida real; a verdadeira tristeza lhe parecerá muito sem poesia. Precisamos do ferro para alargar a nossa natureza. O outo é apenas uma visão; o ferro é uma experiencia. A corrente que me liga à humanidade precisa ser de ferro. Aquele toque de humanidade que nos irmana com o mundo não é a alegria, mas a tristeza. O ouro é parcial, o ferro é universal.
Minha alma, se voce quer ser alargada na sua compaixão e na sua capacidade de sentir com os outros, precisa ser estreitada dentro de limites de sofrimento humano. A prisão de José foi sua estrada para o trono. Se o ferro ainda não entrou em seu coração, voce não é capaz de carregar a carga de ferro de seu irmão. As coisas que a limitam na verdade são as que a alargam. As sombras da sua vida é que são o verdadeiro cumprimento dos seus sonhos de glória. Não se queixe das sombras, minha alma, elas contêm revelações melhores do que as dos seus sonhos. Não diga que as sombras da prisão a acorrentaram, os grilhoes das horas sombrias na verdade são asas - asas que a levam em vôo para dentro do seio da humanidade. A porta da sua prisão dá para o coração do universo. Deus a tem alargado, através ds grilhoes da corrente do sofrimento.
Se José não tivesse sido prisioneiro, nunca teria sido governador do Egito. A cadeia de ferro em que prendeu seus pés foi a preparação para a cadeia de ouro que foi colocada em volta do seu pescoço.

Texto extraido do livro "Mananciais no Deserto"

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