quinta-feira, 13 de setembro de 2007

10 de Setembro

“ O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo...” (Sl 138.8)

Há no sofrimento um mistério divino, sim, um poder estranho e sobrenatural, que nunca foi penetrado pela razão humana. Não há alma que não tenha conhecido grande santidade, que também não tenha passado pro grande sofrimento. Quando a alma chega ao ponto calmo e doce de não abrigar preocupações, quando ela pode ter no intimo um olhar suave para com a própria dor e nem sequer pede a Deus para livra-la do sofrimento, então o sofrimento já cumpriu seu bendito ministério, então a paciência concluiu sua obra perfeita, então a crucificação começa a transformar-se em coroa.
É neste estado de maturidade no sofrimento que o Espírito Santo opera muitas coisas maravilhosas em nossas alma. Em tais condições, todo o nosso ser está inteiramente quieto sob a mão de Deus: cada faculdade da mente, da vontade e do coração está finalmente subjugada. Uma quietude vinda da eternidade ocupa todo o ser; a língua se aquieta e tem poucas palavras a dizer, ela para de fazer perguntas a Deus. Para de clamar: “ Porque te esquecestes de mim?”
A imaginação para de construir castelos na areia ou de voar para rumos vãos, a razão fica mansa e docil, as escolhas próprias são deixadas, a alma não deseja outra coisa senão o propósito de Deus. Nossa afeição se desliga de toda criatura e de todas as coisas; ela fica tão entregue a Deus, que nada pode ferir nosso coração, nada pode ofende-lo, nada pode dete-la, nada pode atravessar-se em seu caminho; pois sejam quais forem as circunstancias, o ser esta fazendo com que todas as coisas no universo, boas ou más, passadas ou presentes, contribuam juntamente para o seu bem.
Que felicidade é estarmos inteiramente subjugados! Perdermos a nossa própria força e sabedoria, e planos e desejos, e estarmos onde todos os átomos da nossa natureza são como o plácido mar da Galiléia sob os onipotentes pés de Jesus.
A grandeza está em sofrer sem ficar desanimado.
Texto extraido do livro "Mananciais no Deserto"

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